quarta-feira, 2 de março de 2011

O Cantinho do Dr Edward Bach - II


3. A formação acadêmica e a carreira médica.

University College Hospital em Londres
Dos 20 aos 26 anos Bach estudou medicina em Birminghan e finalizou os estudos com o treinamento prático no “University College Hospital”, em Londres. Um ano depois recebeu os títulos de Bacteriologista e Patologista. Aos 28 anos diplomou-se em Saúde Pública em Cambridge.
Ele não gostava da vida urbana e ficava atordoado com os barulhos da cidade. Sua dedicação aos estudos o privava do contato com a natureza que ele tanto amava. Sonhava sempre com a vida calma do campo e a beleza das árvores, animais e flores. Chegava até a evitar os passeios nos parques londrinos porque sentia que a força da Natureza poderia chamá-lo e ele não queria se distrair de seu trabalho. Não imaginava que era justamente esse amor à Natureza que iria guiá-lo de encontro ao poder de cura das flores silvestres. Sendo assim, confinava-se nos hospitais e nos laboratórios para aprender e se aprimorar cada vez mais, sempre com o desejo de encontrar uma forma de aliviar o sofrimento das pessoas. Essa era sua obstinação.
Apesar do auxilio monetário de seu pai, seu saldo não era o suficiente para que se alimentasse adequadamente, pois os livros necessários para estudo eram caros. Para complementar a sua renda fazia "bicos" como por exemplo corrigir provas até tarde da noite. Não era muito chegado aos livros. Seu método do estudo predileto era baseado na observação dos sintomas e queixas dos pacientes - preferia passar seu tempo clinicando, observando de forma singular cada paciente, levando em consideração a evolução dos sintomas que se apresentavam de forma diferente para cada um.
Aos 27 anos casou-se com Gwendoline Caiger, que faleceu quatro anos mais tarde, de difteria.
A medida que sua prática médica evoluia, tinha a impressão de que a medicina moderna era falha de alguma forma, pois observava que os medicamentos e as cirurgias agiam mais como paliativos do que como método de cura efetiva. O motivo, pensava ele, era que os estudantes de medicina aprendiam a se concentrar tanto na doença que ignoravam a personalidade do ser humano. Isto o entristecia tanto que o impulsionava a procurar novos métodos de cura até que se interessou pela área médica da Imunologia.
Depois de algum tempo tornou-se assistente do Departamento de Bacteriologia e Imunologia do University College Hospital em Londres. Ali percebeu a relação entre a presença de certos tipos de bactérias do intestino humano e as doenças crônicas. Pesquisou diversos tipos de bactérias para preparar vacinas. Os resultados obtidos foram além de sua expectativa, mas o método de injeção com o uso de seringa para inocular os pacientes o desagradava, pois causava reações dolorosas e sofrimento aos doentes. Com o intuito de minimizar esse sofrimento, começou a observar melhor os pacientes e notou que eles não precisariam ser inoculados em intervalos pré-determinados. O intervalo entre uma dose e outra da vacina passou a ser determinado pela evolução da doença em cada paciente, portanto muitos pacientes passaram a retornar somente após meses, ou até um ano depois da dose anterior. Ficou feliz porque cada vez menos injeções passaram a ser necessárias e houve a conseqüente diminuição das reações adversas.
Ainda no University College Hospital em Londres, ficou responsável por 400 leitos de traumatizados de guerra, mas nas horas de folga ia para o laboratório fazer suas pesquisas.
Trabalhou incansavelmente, até que, no mês de julho, aos seus 31 anos de idade, teve uma severa hemorragia e foi levado desacordado para hospital. Sua familia foi chamada para autorizar a cirurgia urgente de remoção de um tumor maligno no baço. Somente depois de acordar ficou ciente de sua situação de saúde e teve um prognóstico de 3 meses de vida.
Sua recuperação no inicio foi muito difícil, pois sentia muitas dores e se torturava pensando no trabalho que tinha por completar. Graças à sua determinação, assim que pode ficar em pé, foi para o laboratório pôs-se a trabalhar incessantemente com intuito de fazer o máximo possível no pouco tempo que lhe restava. Mas o tempo passou, e ao cabo dos 3 meses sentia-se mais forte e com mais vitalidade do que antes da cirurgia, chegando a surpreender os seus colegas de profissão. Concluiu então, que seu propósito firme o fortalecera e motivara para a vida e assim continuou seu trabalho. As luzes de seu laboratório nunca se apagavam - ele precisava completar sua obra!
gripe espanhola durante a I Grande Guerra
Em 1918 o mundo é assolado pela gripe espanhola que matou 20 milhões de pessoas no mundo (200.000 mortes só na Inglaterra e País de Gales). Segundo Nora Weeks, Bach foi autorizado, extra oficialmente, a inocular com as suas vacinas, as tropas de certos acampamentos, salvando vários milhares de pessoas. Ficou ainda mais famoso. Era conhecido como gênio, com um futuro brilhante pela frente. Entretanto, sentia falta dos belos campos gauleses onde crescera.
Havia uma pergunta que não lhe calava: “O que tornava uma pessoa susceptível a uma infecção? Por que tantos indivíduos se infectavam com a gripe e outros, no mesmo ambiente, saíam ilesos? Começou a concluir que o estado emocional exercia influência no prognóstico e o medo era um grande assassino. A homeopatia oferecia uma explicação mais plausível para estas questões.
Segundo a Nora Weeks: "muito cedo percebeu que a personalidade do individuo era mais importante do que seu corpo no tratamento de qualquer doença".

Até a próxima!

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