segunda-feira, 7 de março de 2011

O Cantinho do Dr.Edward Bach - III

4. Bach e a Homeopatia
Bach tinha por volta de 32 anos de idade quando as autoridades do University College Hospital passaram a exigir dedicação exclusiva de seus funcionários, o que o desagradou devido a sua natureza livre. Desde os tempos de seu trabalho na metalúrgica de seu pai, já sabia que não era de seu feitio trabalhar horas fixas em lugares fechados, mas o que mais lhe afligia era sua consciência da necessidade de trabalhar em suas pesquisas. Pediu demissão do hospital e montou um pequeno laboratório próprio em Nottingham Place, para que pudesse continuar pesquisando os nosódios e no mesmo lugar, atender pacientes. Trabalho duro, pouca remuneração, mas muita alegria e confiança no desenvolvimento de suas descobertas.
Mais tarde, em 1919, Bach ficou sabendo de uma vaga no London Homeopatic Hospital para Bacteriologista e Patologista. Inscreveu-se, foi aceito e lá permaneceu até seus 36 anos.Entrou em contato com a homeopatia e com o Organon da Arte de Curar, escrito há mais de 100 anos antes de seu tempo por Samuel Hahnemann, o pai da homeopatia.
Samuel Hahnemann
A homeopatia o atraiu sobremaneira, pois conseguia explicar algumas de suas suspeitas. Concluiu que aquilo que ele definia como toxemia intestinal assemelhava-se à psora de Hahnemann. O que mais o encantava era perceber que Hanemann tratava a pessoa como um todo, não fechando o foco simplesmente na doença. Tratava cada um de forma diferente, adequada à personalidade de cada indivíduo, levando em conta os estados emocionais das pessoas... e Bach pensava do mesmo jeito! Isso poderia ajudá-lo nas novas descobertas, pois parecia ser uma maneira mais natural de tratar as pessoas, eliminando a causa das doenças, seu sonho desde criança.
Aprofundando-se no assunto passa a orientar suas investigações nas bases da Homeopatia e começa a preparar suas vacinas como nosódios homeopáticos, que mais tarde dividiu em sete grupos chamados Nosódios de Bach . A propriedade das vacinas era a de purificar o trato intestinal limpando tudo o que havia sido ingerido, de forma que permanecessem no organismo, somente os nutrientes puros e necessários. Obtém pleno sucesso no tratamento de centenas de pacientes com os Nosódios na Grã-Bretanha e no continente e sendo reconhecido por homeopatas e alopatas, torna-se um homeopata de renome.
Sempre buscando formas menos agressivas de tratamento, começa a administrar os nosódios via oral, não mais parenteral, e substitui os exames bacteriológicos pelo diagnóstico por meio dos sintomas emocionais relacionados com cada grupo de bactérias. Achava que dessa forma estaria poupando os pacientes do desconforto e do estresse a que eram submetidos para a execução dos exames clínicos. Apostava na prevenção da saúde e no tratamento da causa da enfermidade: “tratar o doente, não a doença” era o seu lema.
Nora Weeks
Mesmo trabalhando no Hospital Homeopático ainda mantinha seu pequeno laboratório de Nottingham Place com atendimento gratuito aos necessitados, e seu consultório em Harley Street. Precisava de tempo, pois ainda tinha muito que pesquisar sobre os nosódios. Acabou desistindo de seu posto de bacteriologista no hospital e se mudou para um grande laboratório em Crescente Park, local onde conhece Nora Weeks, uma radiologista que ficou fascinada pelas ideias de Bach e que mais tarde, se tornaria sua assistente, permanecendo com ele até o fim de seus dias.
A essa altura, Bach era conhecido como “o Segundo Hahnemann”. Além de sua participação em diversos congressos de homeopatia, fez várias publicações com médicos homeopatas, entre elas, “A relação entre a Vacinação e a Homeopatia”, “A Toxemia Intestinal e sua Relação com o Câncer”, “A Descoberta da Psora”. Dr.Bach fazia questão de tornar públicas todas as suas descobertas, para que todos pudessem se beneficiar dos seus efeitos o mais rápido possível.
Defendia a necessidade de uma dieta que reduzisse a produção de toxinas nos intestinos, pois os benefícios que ela produzia eram relativos a uma melhora geral da pessoa e não uma melhora parcial, resultante de um tratamento local. Sentia a vontade profunda de descobrir mais remédios, principalmente remédios mais “puros”. Sentia-se atraído pelas flores silvestres por conhecer suas qualidades curadoras e seu desejo era trabalhar com remédios do campo e da natureza, que pudessem ser associados com componentes psíquicos presentes no surgimento das doenças. Não queria mais usar as bactérias para o preparo dos remédios e sim ingredientes naturais e puros que substituíssem os nosódios. Começou a fazer experiências com plantas. Além disso, os Sete Nosódios não eram suficientes para curar todas as doenças crônicas. No seu primeiro discurso público em 1929 ao discorrer sobre suas descobertas homeopáticas afirmou “gostaria de estar apresentando a vocês sete ervas em vez de sete grupos de bactérias.”
Rio Usk , Crickhowell, País de Gales
Ao completar 42 anos de idade (setembro de 1928), por um impulso de intuição dirige-se ao sul do Pais de Gales, em Crickhowel. Às margens do rio Usk encontra duas flores com as quais iria preparar suas primeiras essências florais pelo método homeopático: Impatiens e Mimulus. Levou-as para Londres e começou a prescrevê-las baseado nas personalidades das pessoas. Obteve resultados positivos e encorajadores. Depois preparou o terceiro floral com Clematis e desistiu dos antigos remédios para ir atrás de outras plantas. Sua intenção era realmente substituí-los pelos remédios a base de ervas.
Em Sotwell Dr.Bach gostava de frequentar o Pub Red Lion. Sentava-se com sua cerveja e punha-se a observar as pessoas. Relacionava-se socialmente, mas não gostava de formalidades, entretanto às vezes via-se obrigado a aceitar convites. Foi assim que num certo jantar de gala enfadonho, sentindo-se aborrecido, passou a observar as pessoas para se distrair. Observou seus gestos, suas reações e começou a agrupá-las conforme as semelhanças de comportamento. Pensou que personalidades semelhantes poderiam sofrer de doenças similares, mas em seguida teve a intuição de que qualquer pessoa poderia sofrer de qualquer doença, mas a maneira de reagir às doenças e que dividiria os grupos. Então concluiu que a humanidade inteira estaria dividida em alguns grupos de tipos e que cada tipo apresentava um conjunto de características comportamentais em resposta a determinados estímulos, muitas vezes em forma de doenças.
Pub Red Lion, Sotwell
Para ele, o foco do tratamento de uma doença não podia simplesmente estar na própria doença, mas precisaria achar um tratamento para os humores e as emoções negativas responsáveis pelos processos de adoecimento. "O ponto vital é a polaridade", dizia ele. Os remédios homeopáticos utilizavam elementos da natureza que na sua polaridade negativa causavam as doenças e após a potencialização os mesmos elementos assumiam a polaridade positiva tornando-se capazes de reverter o processo, curando a doença. Pensava: “a ciência tende a mostrar que a vida é harmonia – um estado de afinação – enquanto a doença é desafinada, ou é uma condição em que uma parte ou o todo não está vibrando em uníssono” Neste momento estava definitivamente determinado a dedicar o resto de sua vida ao que ele acreditava ser um novo sistema de cura, e tinha a certeza que a natureza iria prover. Foi um momento decisivo.

Até a próxima!

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