domingo, 7 de abril de 2013

A CULPA APRISIONANDO A LIBERDADE DE SER - PARTE 4

Perdão ao próximo

Como comentamos, em primeiro lugar é preciso perdoar e compreender a mim mesmo e, deixando a arrogância e a prepotência de fora,  olhar o próximo com dignidade, compreensão e entendimento de que ele tem direito à mesma dignidade que eu tenho.
Mas às vezes, nos sentimos feridos por alguém, somos marcados por feridas profundas, que deixam verdadeiros rastros de sangue. Essas feridas podem gerar sentimentos ruins em direção àquele que me feriu e esse alguém passa a ser o grande culpado por meu sofrimento. Meu foco se volta totalmente para esse fato, e eu sou tomado por um estado de cegueira e embotamento. Esses sentimentos passam a conduzir minha existência, nada mais importa, além daquele objeto do meu rancor, da minha raiva, do meu ciúme, do meu ódio! Passo a “idolatrar” minha raiva. Esse é um estado de alma muito triste e doentio, cuja única cura é o ato verdadeiro do perdão.


O verdadeiro perdão, nada mais é do que um ato de tolerância mais elevado, mais potencializado. Cada um, dentro de si, pode perdoar o que tem para perdoar; pode esquecer tudo o que deveria ser esquecido ao invés de ficar remoendo velhas injustiças; pode passar uma borracha por cima das velhas histórias que nos desgastam e chegar à reconciliação. E isso só se faz através do amor. 

Diz-se que o ódio é o oposto extremo do amor. Quando há amor, o objeto de meu amor merece toda a atenção. Da mesma forma, quando estou cego por ódio, acabo por idolatrar o objeto de meu ódio. O ódio é o amor vendado pela amargura, mas essa venda deve ser removida para que eu possa verdadeiramente desvendar o outro, conhecê-lo para compreendê-lo e dessa forma, perdoá-lo. Este é o fio condutor para podermos voltar para nossa criança interior e sermos livres para amar as pessoas como elas são, e não como eu as imagino ou como gostaria que fossem. Amá-las com o coração, com a alma, com a mente, olhá-las como eu gostaria de ser olhado.  A principal dificuldade do homem é responder ao outro não com violência, mas com perdão e brandura. O perdão necessita permanecer como um ato puramente interno, enquanto externamente, se requer uma corajosa e destemida reação frente ao mal e à falsidade.



Holly

Dr. Bach indicou a essência floral Holly “para aqueles que são às vezes, acometidos por sentimentos de ciúme, inveja, vingança e desconfiança. Para as diferentes formas de contrariedades. Estas pessoas podem estar sofrendo muito interiormente, mas normalmente, não há uma causa real para esta infelicidade”. Por quê? Porque a ferida que nos deixamos fazer é do tamanho da nossa própria vontade - abrimo-nos para sermos feridos - e esta  talvez seja a única causa real para nossa infelicidade.



Holly, cuja essência floral traz a cura dessa ferida, é um arbusto desordenado, coberto por uma folhagem densa, verde escura, lustrosa  e espinhosa. Quanto mais escuro o local, mais duros e pontudos são os 15 espinhos das bordas de cada uma das folhinhas.  Entretanto, quando as folhas ficam expostas ao sol, elas são planas, sem pontas agudas.  Na verdade, as folhas viram-se formando os espinhos porque essa é a forma que encontraram para fazer com que a luz do sol e a claridade sejam rebatidas para dentro do arbusto. É uma planta que precisa da Luz que combate a escuridão que esconde as verdades de nossos sentimentos emaranhados.


Na pessoa acometida por esses  sentimentos, o ciúme, a raiva, etc, estão na superfície como  afiados espinhos, machucando quem dela se aproxima – são emoções muito fortes e negativas que arrasam aqueles que as sentem bem como destroem, às vezes com violência, aqueles que nos cercam.  Os espinhos afiados espetam e fazem brotar gotas vermelhas de sangue, como as pequenas frutinhas não comestíveis de Holly. Elas representam a necessidade de despertar novamente o amor interno que vem com o perdão.
Este é um floral para os extremos entre a sombra e a luz, o certo e o errado, a vida e a morte, que instiga a pessoa a ir em frente, a caminhar com os olhos bem abertos em direção a luz. O doce aroma de suas flores brancas de 4 pétalas, mais a luz refletida pelas suas folhas, tocam o coração, transformando o ódio em Amor Universal, a verdadeira LUZ na escuridão. Se ampliarmos a verdadeira necessidade do perdão, poderemos perceber que, ao diminuir as forças da escuridão caudadas por olhares ciumentos, pensamentos invejosos e sentimentos de ódio, estaremos diminuindo a dor e o sofrimento no mundo.




Compaixão

Falamos sobre a tolerância e o perdão, mas tudo isso so pode existir a partir da compaixão. Não podemos confundir compaixão com o sentimento de pena, ou de dó, que pode ocorrer  desprovido de uma ação para minimizar o sofrimento do outroCompaixão (fonte:Wikipedia) "...pode ser descrita como uma compreensão do estado emocional de outrem;.... A compaixão freqüentemente combina-se a um desejo de aliviar ou minorar o sofrimento de outro ser senciente, bem como demonstrar especial gentileza com aqueles que sofrem. .... A compaixão é frequentemente caracterizada através de ações, na qual uma pessoa agindo com espírito de compaixão busca ajudar aqueles pelos quais se compadece."





Podemos dizer que só com amor conseguiremos viver o caminho da compaixão. Há um provérbio chinês que diz: “quando o olho não está bloqueado é a visão; quando a mente não está bloqueada é a sabedoria, quando o espírito não está bloqueado é o amor”. Ou seja: enxergar, entender e amar são as etapas que nos levam à verdadeira compaixão.   A compaixão está na determinação com que ajudamos as pessoas e percebemos que todos nós temos virtudes, e que estas podem ser recuperadas a qualquer momento, pois cada crise é um momento de nos olharmos, de sairmos da mesmice para melhorar, uma vez que a dor e o sofrimento podem ser transformados em grandes oportunidades de aprendizado.

  
A  essência floral Holly, que simboliza o renascimento do amor,  mexe com o que temos de mais sagrado em nós, purifica o coração das emoções que intoxicam e bloqueiam o fluxo natural da vida. Ela expande nossa capacidade de amar, semeando paz, fraternidade, compreensão e entendimento do próximo, removendo o sofrimento oriundo do ciúme, da raiva e do ódio. Holly nos ensina a perdoar, a entender que os sentimentos ruins nos prejudicam individualmente, ao mesmo tempo em que contaminam o ambiente. Holly  nos auxilia a abrir espaço no nosso coração, a ver novamente o lado bom das pessoas e a exercitar sentimentos puros e sinceros que transformam o ódio em amor universal.


Conclusão 


A principal dificuldade do homem de hoje é responder ao outro com gentileza, pois ela parece estar “fora de moda”! Observemos nossos atos diários: às vezes nem dizemos bom dia ao vizinho por falta de tempo, de bom humor... ou de hábito. E esta falta de atenção e gentileza muitas vezes chega a um nível tal de descuido no trato social, que caímos na agressividade gratuita. Estamos "sempre certos", o outro é sempre o culpado! Exemplos são corriqueiros nos noticiários do dia-a-dia, onde prevalecem o individualismo e a intolerância às diferenças que geram raiva, preconceitos e outros males. Só o amor poderá reverter esse quadro de hostilidade. Precisamos resgatar valores e atitudes humanas com a delicadeza, a gentileza, não ficando na defensiva, pois quando nos abrimos, as barreiras caem. Leonardo Boff diz que “O mundo é construído a partir de nossos laços afetivos” e defende que o amor e o sentir estão acima do saber e da razão. Por isso,  precisamos ser mais cuidadosos no relacionamento com o outro, estabelecer o diálogo, prestando atenção ao que falo para não magoar o outro, colocando-me no lugar do outro, num clima de confiança e respeito mútuos. Tolerância, perdão e compaixão para comigo mesmo e para com o próximo devem ser exercitados.  São as forças  da alma sobre as quais deve assentar-se essa “forma de viver”. É a base para uma convivência amorosa, onde atuamos, erramos e acertamos, mantendo a capacidade de criar diante das situações de vida, sem que sejamos podados pelo excessivo controle censurador imposto pela culpa. Mantendo sempre a “liberdade de ser”.









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