Como comentamos, em primeiro lugar é preciso perdoar
e compreender a mim mesmo e, deixando a arrogância e a prepotência de
fora, olhar o próximo com dignidade,
compreensão e entendimento de que ele tem direito à mesma dignidade que eu
tenho.
Mas às vezes, nos sentimos feridos por alguém,
somos marcados por feridas profundas, que deixam verdadeiros rastros de sangue.
Essas feridas podem gerar sentimentos ruins em direção àquele que me feriu e
esse alguém passa a ser o grande culpado por meu sofrimento. Meu foco se volta
totalmente para esse fato, e eu sou tomado por um estado de cegueira e
embotamento. Esses sentimentos passam a conduzir minha existência, nada mais
importa, além daquele objeto do meu rancor, da minha raiva, do meu ciúme, do
meu ódio! Passo a “idolatrar” minha raiva. Esse é um estado de alma muito
triste e doentio, cuja única cura é o ato verdadeiro do perdão.
O verdadeiro perdão, nada mais é do
que um ato de tolerância mais elevado, mais potencializado. Cada um, dentro de
si, pode perdoar o que tem para perdoar; pode esquecer tudo o que deveria ser
esquecido ao invés de ficar remoendo velhas injustiças; pode passar uma
borracha por cima das velhas histórias que nos desgastam e chegar à
reconciliação. E isso só se faz através do amor.
Diz-se que o ódio é o oposto extremo do amor.
Quando há amor, o objeto de meu amor merece toda a atenção. Da mesma forma,
quando estou cego por ódio, acabo por idolatrar o objeto de meu ódio. O ódio é
o amor vendado pela amargura, mas essa venda deve ser removida para que eu
possa verdadeiramente desvendar o outro, conhecê-lo para compreendê-lo e dessa
forma, perdoá-lo. Este é o fio condutor para podermos voltar para nossa criança
interior e sermos livres para amar as pessoas como elas são, e não como eu as
imagino ou como gostaria que fossem. Amá-las
com o coração, com a alma, com a mente, olhá-las como eu gostaria de ser
olhado. A principal dificuldade do
homem é responder ao outro não com violência, mas com perdão e brandura. O
perdão necessita permanecer como um ato puramente interno, enquanto
externamente, se requer uma corajosa e destemida reação frente ao mal e à
falsidade.
Holly
Dr. Bach indicou a essência floral Holly “para aqueles que são às vezes, acometidos por sentimentos de ciúme,
inveja, vingança e desconfiança. Para as diferentes formas de contrariedades.
Estas pessoas podem estar sofrendo muito interiormente, mas normalmente, não há
uma causa real para esta infelicidade”. Por quê? Porque a ferida que nos
deixamos fazer é do tamanho da nossa própria vontade - abrimo-nos para sermos
feridos - e esta talvez seja a única
causa real para nossa infelicidade.
Holly, cuja essência floral traz a cura dessa
ferida, é um arbusto desordenado, coberto por uma folhagem densa, verde escura,
lustrosa e espinhosa. Quanto mais escuro
o local, mais duros e pontudos são os 15 espinhos das bordas de cada uma das
folhinhas. Entretanto, quando as folhas
ficam expostas ao sol, elas são planas, sem pontas agudas. Na verdade, as folhas viram-se formando os
espinhos porque essa é a forma que encontraram para fazer com que a luz do sol
e a claridade sejam rebatidas para dentro do arbusto. É uma planta que precisa
da Luz que combate a escuridão que esconde as verdades de nossos sentimentos
emaranhados.
Na pessoa acometida por esses sentimentos, o ciúme, a raiva, etc, estão na
superfície como afiados espinhos,
machucando quem dela se aproxima – são emoções muito fortes e negativas que
arrasam aqueles que as sentem bem como destroem, às vezes com violência, aqueles
que nos cercam. Os espinhos afiados
espetam e fazem brotar gotas vermelhas de sangue, como as pequenas frutinhas
não comestíveis de Holly. Elas representam a necessidade de despertar novamente
o amor interno que vem com o perdão.
Este é um floral para os extremos entre a sombra e
a luz, o certo e o errado, a vida e a morte, que instiga a pessoa a ir em
frente, a caminhar com os olhos bem abertos em direção a luz. O doce aroma de
suas flores brancas de 4 pétalas, mais a luz refletida pelas suas folhas, tocam
o coração, transformando o ódio em Amor Universal, a verdadeira LUZ na
escuridão. Se ampliarmos a verdadeira necessidade do perdão, poderemos perceber
que, ao diminuir as forças da escuridão caudadas por olhares ciumentos,
pensamentos invejosos e sentimentos de ódio, estaremos diminuindo a dor e o
sofrimento no mundo.
Compaixão
Falamos sobre a tolerância e o perdão, mas tudo isso so pode existir a partir da compaixão. Não podemos confundir compaixão com o sentimento de pena, ou de dó, que pode ocorrer desprovido de uma ação para minimizar o sofrimento do outro. Compaixão (fonte:Wikipedia) "...pode ser descrita como uma compreensão do estado emocional de outrem;.... A compaixão freqüentemente combina-se a um desejo de aliviar ou minorar o sofrimento de outro ser senciente, bem como demonstrar especial gentileza com aqueles que sofrem. .... A compaixão é frequentemente caracterizada através de ações, na qual uma pessoa agindo com espírito de compaixão busca ajudar aqueles pelos quais se compadece."
Podemos dizer
que só com amor conseguiremos viver o caminho da compaixão. Há um provérbio
chinês que diz: “quando o olho não está
bloqueado é a visão; quando a mente não está bloqueada é a sabedoria, quando o
espírito não está bloqueado é o amor”. Ou seja: enxergar, entender e amar
são as etapas que nos levam à verdadeira compaixão. A compaixão está na determinação com que
ajudamos as pessoas e percebemos que todos nós temos virtudes, e que estas
podem ser recuperadas a qualquer momento, pois cada crise é um momento de nos
olharmos, de sairmos da mesmice para melhorar, uma vez que a dor e o sofrimento
podem ser transformados em grandes oportunidades de aprendizado.
A essência
floral Holly, que simboliza o renascimento do amor, mexe com o que temos de mais sagrado em nós,
purifica o coração das emoções que intoxicam e bloqueiam o fluxo natural da
vida. Ela expande nossa capacidade de amar, semeando paz, fraternidade,
compreensão e entendimento do próximo, removendo o sofrimento oriundo do ciúme,
da raiva e do ódio. Holly nos ensina a perdoar, a entender que os sentimentos
ruins nos prejudicam individualmente, ao mesmo tempo em que contaminam o
ambiente. Holly nos auxilia a abrir espaço no nosso coração, a ver
novamente o lado bom das pessoas e a exercitar sentimentos puros e sinceros que
transformam o ódio em amor universal.
Conclusão
A principal dificuldade do homem de hoje é
responder ao outro com gentileza, pois ela parece estar “fora de moda”! Observemos
nossos atos diários: às vezes nem dizemos bom dia ao vizinho por falta de
tempo, de bom humor... ou de hábito. E esta falta de atenção e gentileza muitas
vezes chega a um nível tal de descuido no trato social, que caímos na
agressividade gratuita. Estamos "sempre certos", o outro é sempre o culpado! Exemplos são corriqueiros nos noticiários do dia-a-dia,
onde prevalecem o individualismo e a intolerância às diferenças que geram
raiva, preconceitos e outros males. Só o amor poderá reverter esse quadro de
hostilidade. Precisamos resgatar valores e atitudes humanas com a delicadeza, a
gentileza, não ficando na defensiva, pois quando nos abrimos, as barreiras caem.
Leonardo Boff diz que “O mundo é
construído a partir de nossos laços afetivos” e defende que o amor e o
sentir estão acima do saber e da razão. Por isso, precisamos ser mais cuidadosos no
relacionamento com o outro, estabelecer o diálogo, prestando atenção ao que
falo para não magoar o outro, colocando-me no lugar do outro, num clima de confiança e respeito mútuos. Tolerância, perdão e compaixão para comigo mesmo e para com o próximo devem ser
exercitados. São as forças da alma sobre as quais deve assentar-se essa
“forma de viver”. É a base para uma convivência amorosa, onde atuamos, erramos
e acertamos, mantendo a capacidade
de criar diante das situações de vida, sem que sejamos podados pelo excessivo
controle censurador imposto pela culpa. Mantendo
sempre a “liberdade de ser”.
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