domingo, 24 de março de 2013

A CULPA APRISIONANDO A LIBERDADE DE SER - PARTE 3


Perdoar ao próximo

O outro foco do ato de perdoar diz respeito ao perdão ao próximo. Deve-se exercitar o ato de perdoar o outro, mesmo porque, encontrar um culpado não resolve o problema gerado pelo erro!

Entretanto, observamos que as forças internas do perdão estão muito pouco desenvolvidas dentro da alma do homem moderno. Cada pessoa pode perdoar o que tem dentro de si para perdoar. Precisamos tornar vivo dentro de nós o 5º pedido do Pai Nosso... “perdoai as nossas dívidas, assim como perdoamos aos nossos devedores”... E o próprio Cristo nos ensinou: “perdoa setenta vezes sete”. São lições difíceis de cultivar no dia a dia, mas que são fundamentais  para nossa evolução. O homem só é capaz de perdoar de verdade quando interrompe o fluxo de memória que sustenta seu eu individual e permite que a luz do seu Eu Superior brilhe dentro do seu cotidiano”. 

Podemos dizer que o verdadeiro perdão passa por três etapas: a tolerância, o perdão e a compaixão.

Tolerância

A tolerância é o perdão em pequena escala que  precisamos exercitar constantemente, desenvolvendo verdadeiro interesse e compreensão pelo outro. Mas isso só é possível quando nossa atenção é dirigida persistentemente às qualidades positivas do bem que vivem nele, ao mesmo tempo que nos forçamos a minimizar a percepção de seus erros. É buscar e observar o bom, o belo, o lado positivo dos acontecimentos, repetidamente, entre todas as coisas e refrear o juízo crítico. É preciso compreender que cada pessoa dá o melhor de si e eu não tenho o direito de julgá-la. 

Enfim, é preciso saber lidar com as qualidades e os defeitos de cada um, assim como convivo com as minhas próprias qualidades e  defeitos.  Interessante notar que é naturalmente mais fácil para as pessoas perceberem os erros do outro e fazer-lhe críticas, do que perceber os acertos e valorizá-los com elogios. Enquanto uma crítica pode derrubar uma pessoa, um elogio pode servir  como instrumento de valorização, promovendo no outro, uma autoestima elevada, com a qual ele poderá continuar produzindo e crescendo para o beneficio próprio e do todo. 

Beech

Nos tempos antigos, o filósofo e matemático inglês Thomas Hobbes (1588-1679) disse: “o intolerante é o homem, a intolerância é a guerra da humanidade”.  Para que não haja essa “guerra” é necessário desenvolver a capacidade de sermos mais tolerantes, indulgentes e compreensivos com as diferenças de cada um e de todas as coisas. A essência floral que Dr.Bach desenvolveu para nos ajudar a desenvolver essa capacidade chama-se Beech. Já tivemos a oportunidde de postar um texto sobre Beech, mas vamos destacar aqui alguns pontos da signatura desta panta de cujas flores é extraída essa essência energética que  promove a tolerãncia naqueles habituados a criticar e apontar os erros do outro, mas que se esquecem de “olhar o próprio rabo”, como diz o velho ditado.




Beech é uma árvore majestosa, com folhas firmes, bem desenhadas, “perfeitas”, que se entrecruzam bloqueando a entrada da luz no interior da planta. Fazem muita sombra, ao ponto de tornar impossível o crecimento de outras plantas ao seu redor. Este gesto deixa clara a sua intolerância para com os outros que, a seu ver, não merecem um lugar ao sol ao seu lado. Mas Beech, apesar de sua aparente perfeição, se desenvolve em solo pobre com raizes  muito superficiais, que não conseguem sustentá-la adequadamente. Assim, com o passar do tempo, as belíssimas árvores simplesmente, caem inteiras! 




Assim é uma pessoa  excessivamente crítica: por amar a beleza e a perfeição, não consegue tolerar as imperfeições e as diferenças ao seu redor, acabando por esconder, até de si mesma, suas próprias imperfeições, desconectada da vitalidade e da diversidade da vida real. Perde, então a oportunidade de se corrigir e melhorar a cada momento.  A pessoa se tem como modelo de perfeição exteriormente, critica o outro, mas na verdade, teme perder seu próprio lugar ao sol, caso esse outro  venha a se sobressair.

Porém, Dr. Bach se encantou ao passear pela alameda de Beeches. Sentia-se como se estivesse percorrendo o caminho do portal até o altar de uma grande catedral, iluminado pelas folhas douradas das árvores durante o outono. Um caminho de luz, a Luz do desenvolvimento espiritual que se torna possível quando,  aquele que se ve mais capaz do que o outro, ensina-lhe o caminho com respeito, compaixão e tolerância, atuando como um verdadeiro mestre, ajudando-o a crescer e a encontrar, também,  sua própria Luz.




A seguir, vamos falar sobre Holly, a essência responsável pelo ato puro do perdão.
Até a próxima!